domingo, 31 de janeiro de 2016

Por que um blogger??

Estes dias resolvi escrever um blogger! Estou em uma fase de transição de vida – tive um filho!! Não foi planejado, mas esperava por um dia, quem sabe, poder ter um filho. Não sou casada, tenho um relacionamento a um bom tempo, mas que por várias contingências não casamos e nem mesmo moramos juntos! Meu filho foi um “acidente culposo” (*crime culposo é uma conduta voluntária, sem intenção de produzir o resultado ilícito, porém, previsível, que poderia ser evitado. A conduta deve ser resultado de negligência, imperícia ou imprudência)! Vou explicar melhor o que aconteceu. Haviam me falado que seria muito difícil eu ter filhos, pois tenho miomatose uterina e teria que ser tratada para que pudesse tentar. Como sou pesquisadora, busquei informações sobre as causas da miomatose e descobri que uma delas é excesso de hormônio. O que fez com que tomasse a decisão de parar de tomar o anticoncepcional, “assumindo assim o risco”! Assumi o risco porque de certo modo percebia que estava ovulando, além disso a médica não falou que seria impossível, que era estéril, mas sim que seria difícil!
Sei exatamente o dia da concepção, porque percebi a ovulação, avisei o meu parceiro sobre isso, e esta data foi confirmada em ultrassonografia. Nem o pai do meu filho pode dizer que “não sabia” ou qualquer outra coisa, pois falei a ele que estava ovulando e cheguei até a perguntar se não seria melhor tomar a pílula do dia seguinte. Ele olhou-me fez um “ah” meio que de descrédito e disse que não precisava. Entendo que assumimos juntos o risco.
Ter um filho gera uma fase de transição, que toda família irá passar, que se caracterizará por maior instabilidade, conflitos conjugais e familiares (família estendida), assim como a necessidade de reorganização de papeis. Um casal deixará de ser uma díade para ser um trio - aprender a ser pai e mãe! Parece simples, mas é muito complicado! Quanto um casal decide casar eles deverão se organizar um ao outro, compreender que possuem crenças diferentes, valores e histórias familiares distintas. Aceitar estas diferenças para formar um sistema marital, assim como “realinhar” os relacionamentos com as famílias ampliadas para incluir o cônjuge. Mas quando um filho(a) nasce eles precisaram acordar quanto a que valores, modos, rotinas serão passados, adotados para este rebento que é de ambos. Dizendo de outro modo, se quando um casal decide casar têm que aprender que cada um é único e que possui a sua individualidade/subjetividade, respeitar este ser único para que haja uma boa convivência, quando um filho(a) nasce tem que se aprender a ser cooperativo. Cooperar para cuidar/criar/conduzir uma criança – um objetivo comum mais que difícil e especial. Por esse motivo não é uma boa ideia fazer as duas coisas ao mesmo tempo – casar e ter filhos. Se um relacionamento já não anda muito bom antes de ter filhos, tê-los não tende a melhorar muito a situação.... há um aumento do conflito, antes de começar a melhorar.
A transição familiar é agravada por alguns fatores de risco os quais posso me encaixar, solteira, dificuldades no relacionamento, instabilidade de emprego etc. Eu sou professora universitária horista, o que leva a uma vida muito instável quanto a salário, horas de trabalho, a cada semestre é uma caixinha de surpresas. Na universidade que trabalho/trabalhava a política é de que o professor mais antigo na unidade/disciplina sempre terá preferência, antes mesmo de titulação, experiência ou domínio teórico e prático. O que acarretava para mim, instabilidade, dar aulas sobre temas muito mais diversos do que gostaria e aquelas unidades que realmente seria apaixonada e que gostaria de dar aula não me estavam disponíveis.
Ter meu filho, fez com que eu mudasse de cidade, ter que procurar recolocação profissional, organizar-se financeiramente e pensar sobre o que quero realmente fazer! Rever objetivos de vida, vontades, projetos.
O blogger é uma tentativa de retorno ao conhecido, aquilo que quero aprender e que quero trabalhar! Pretendo a partir de minha experiência como mãe falar sobre psicologia evolucionista, comportamental e do desenvolvimento. Construir um projeto de cuidado e assistência pós-natal, orientação de pais e professores sobre educação infantil.

Se irá dar certo, ainda não sei! Mas quero tentar!